Prezados leitores: como vão? A ideia do post de hoje veio, na verdade, de um de meus estagiários. Ele queria saber se, agora que ele está formado (em Direito), deveria fazer uma pós-graduação antes de fazer um mestrado ou se deveria estudar para concurso enquanto vai "advogando" para ganhar prática. Em suma: o rapaz, literalmente (uso errado de literalmente), não sabe se casa ou se compra uma bicicleta! O bate-papo de hoje tem mais a ver com a minha área, mas acredito que, com pouco esforço, outros novatos por aí possam entender o recado. E qual é ele? Simples. A pergunta que não quer calar desde sua mais tenra idade: o que você quer ser quando crescer? A pergunta é simples. Respondê-la é virtualmente impossível. E daí? Você já está bem grandinho e precisa responder, de uma vez por todas, o que você quer ser quando crescer porque, acredite, você cresceu. Lembrando que estou com a cabeça no "Direito", vamos destrinchar essas opções:

Para que serve uma pós-graduação?

Sou daqueles que acredita que para tudo tem que ter um motivo. Mesmo que a função SEJA não ter motivo (mas chegaremos a essa abstração louca depois). Se jogarmos nas internets "pós-graduação", acredito que até Tarot avançado deve surgir em algum momento. Massagem tântrica eu encontrei (true story). Para nós, direitêiros então, o mercado só é limitado pela nossa própria imaginação. [caption id="attachment_12188" align="alignnone" width="640"]Formei-e-agora_640 Formei, papai! E agora?[/caption] O problema é saber para que vai servir uma pós-graduação! Se eu fizer uma pós-graduação em direito autoral, terei o título de "especialista" em direito autoral. E o que isso quer dizer? Será que agora eu SEI operar essa gigantesca área do conhecimento? Tornei-me, de fato, um especialista no assunto? Claro que não. A pós-graduação é, digamos assim, um estudo aprofundado monotemático. Você vai, claro, estudar mais sobre aquele assunto em particular. Não significa, entretanto, que você saberá xongas desse tema no mundo real. E por uma razão muito simples: você não tem experiência! Não teve de enfrentar um problema real do tipo: o empregado de uma empresa desenvolveu uma invenção, em horário de trabalho, com um colega de uma empresa rival, para melhorar a produtividade de ambos, cuja patente foi depositada após ambos os funcionários terem apresentado-a a seus patrões em um evento público, mas de acesso restrito. A realidade é muito, mas MUITO mais criativa do que a imaginação humana. Se você não teve que enfrentar um problema realmente absurdo, que te exija criatividade e habilidade, não terá muito a aprender de um estudo avançado sobre o tema. Assim sendo, para quê serve uma pós-graduação? Em minha opinião, para aprofundar os seus conhecimentos em algo que você JÁ SABE BASTANTE. Daí, sim, você terá muito a contribuir para a discussão, bem como para questionar os seus professores. Se esse não é o seu caso, não vejo qual a utilidade de se gastar uma grana afro-japonesa para se tornar especialista em algo que você não trabalha, nem tem qualquer contato.

Uso instrumental da pós-graduação

Muita gente sabe, mas não custa lembrar: existem gratificações disponíveis a servidores públicos que tenham pós-graduação em áreas correlatas a de seu cargo. NESSE CASO, até pós-graduação de cursinho preparatório de concurso vale a pena. No próximo post, falaremos um pouco sobre mestrado e doutorado.
zp8497586rq