Como foi recebido o desafio de criar uma HQ para auxiliar no engajamento do público da dogbox nas redes sociais?
Flávio Reis: Sempre achei muito estranho e deselegante forçar um merchandising dentro de uma narrativa, como ter que mostrar um outdoor sem relevância simbólica ou narrativa, no fundo de cena, só para mostrar uma marca X. Mas quando a marca é peça essencial da história e/ou da relação do personagens, tudo muda figura e passa ser natural. Eu adorei a ideia de poder criar essa HQ, que me exigiria algo mais que só entretenimento, mas também o vínculo de uma marca, isso era novo para mim. O feelling mais legal foi poder fazer uma história sequencial e não pequenas historinhas, o que me dava mais espaço para desenvolver os personagens e a trama. Se a dogbox não existisse a historinha funcionaria do mesmo jeito, o que justifica ser um viral para os que ainda não conhecem a marca.
Como foi criar e ver os personagens na marca ganharem vida, voz e uma trama?
Flávio Reis: Sempre sinto um orgulho quando gosto de uma piadinha que escrevo (não chego a dar gargalhadas, mas um sorriso interno sempre acontece), ou quando chego em expressão no desenho do personagem que transmite exatamente o que eu estava pensando. O mais legal são as relações que foram surgindo entre eles a medida que eu ia escrevendo. Pois eles ganharam uma proporção pra mim muito grande. Diferente de quando desenhei pela primeira vez, só como mascotes. Dar nomes para eles também ajudou a estreitar minha relação com eles. Eu não imaginava que SPIKE ia se apaixonar pela SUE, e BOOG ia ter medo alienígenas. E “SIM” eles viraram meus cachorros de estimação por um tempo! Pelo menos eles não latiam muito...
Como foi o processe criativo? Do rascunho ao layout final você levou quanto tempo? E o que mais gostou no processo de criação dessa primeira série?
Apesar de ter me consolidado como artista gráfico, confesso que eu tenho uma queda muito grande pela etapa da criação do roteiro. A orquestração da trama e relação do personagens me encantam. Depois do roteiro pronto (etapa que eu já fazia uma prévia do layout das páginas, que foi fundamental para saber o que realmente dava em cada uma), passei a interpretar as cenas em imagem, rascunhado primeiramente com formas simples (bolas e quadrados) só para organizar posições e enquadramentos. Com um pouco mais de refino ainda no lápis (modo de dizer pois não uso mais lápis ou caneta, é tudo digital desenho direto em uma mesa digitalizadora) começo a dar expressões e sentimento e representando as ações nas cenas. Quando chego em um ponto que já acho legal de todo visual da página (já com as marcações do balões) passo para o Clean-up, ou seja, passar a linha preta e logo depois a pintura. Por último finalizo os balões e o texto. Dá trabalho mais é legal.[caption id="attachment_13124" align="alignnone" width="592"] Personagens ganham vida depois de serem criados em tablet e finalizados em photoshop[/caption]