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Depois de muito trabalho você conseguiu juntar um bom material e está na hora de montar um portfólio online. E agora? Junta tudo e manda? Usa flash, faz na unha ou em um CMS? Domínio próprio ou Flickr? Nem sempre começar é fácil. Escolhas e mais escolhas. Algumas delas, no entanto precisam ser tomadas antes do processo de criação do seu porfólio para que você não caia em erros comuns de quem está começando. Outras têm a ver com o processo de criação do material em si. E tem até aquelas que só lembra quem está pensando em divulgar seu trabalho em escala planetária, o que é o mínimo em tratando-se do mundo de hoje. [related-posts]

Primeiro passo: selecione só o que há de melhor.

Normalmente eu recomendo a todos que escutem outras pessoas, que peçam opiniões, até por um vício da profissão. Mas esta é a hora de ser egoísta, egocêntrico, arrogante e fechado. E meter a mão na massa! O seu portfólio precisa conter apenas o que você acha que tem de melhor. Dane-se o que o cliente achou. Compre um bom livro para a sua (seu) namorada(o) ficar ocupada(o) enquanto você escolhe as suas fotos ou ilustrações. Tranque a porta do seu escritório/quarto. Feche-se ao mundo. Essa é e precisa ser uma escolha absolutamente pessoal. Escolher o nosso melhor material exige um esforço, tempo, distanciamento e desprendimento que a gente só consegue com muita paz. Não faça isso correndo. Coloque suas músicas favoritas. Faça tudo com calma e privacidade. Tenha critério. Não tenha dó de descartar aquela ilustração que você sabe que poderia ter ficado melhor mas que custou dias de trabalho. Jogue para escanteio sem piedade aquela foto que todos gostam menos você. Um portfólio pequeno e bem selecionado é infinitamente melhor que um portfólio enorme onde qualquer coisa vale.

Segundo passo: hora de organizar o trigo

Depois dessa etapa “ostra”, vem a hora de organizar o material. É aí que a maioria dos profissionais se perde. Lembre-se que o seu futuro cliente não está nem um pouco interessado em saber com quem a Maria se casou ou como é o nome do cachorro do vizinho. Ele quer saber se você sabe fazer portraits bem, por exemplo. Ele quer saber se a sua ilustração vetorial tem qualidade ou o estilo que ele precisa. Então, organize o seu portfólio de forma que faça sentido para quem está comprando. Pode ser por técnica (ilustração vetorial x lápis), por cor (fotografia PB x cor), por tema (natureza, portraits, natureza morta), linha narrativa (ex: fotógrafo português Bruno Espadana), etc. Qualquer coisa menos “viagem a Itaboraí”. O estilo do portfólio também é muito pessoal e qualquer um vale. Pessoalmente, não gosto de flash porque dificulta a mídia espontânea gerada pelos FFFound da vida. E, bem, mídia espontânea é algo que nós sempre queremos.

Terceiro passo: Domínio próprio ou plataforma livre?

Os dois! Se você puder ter um domínio só seu, ótimo! Mesmo com um endereço só seu, não é bom desprezar os mais conhecidos. Sites como o Flickr, o CarbonMade e o Picasaweb são instrumentos de divulgação importantes e não podem ser desprezados. Use-os a seu favor. Eles tem ferramentas de busca interessantes, mais acessos do que você e eu juntos jamais teremos, e são referência para quem não sabe onde começar a procurar. Hoje em dia o editor não vai mais ao Google procurar fotógrafos ou ilustradores, vai direto a catálogos, sites especializados, Flickr, FFFound. Ninguém tem mais paciência nem tempo para ficar garimpando nos sei-lá-quantos milhões de resultados dos buscadores. Seu cliente vai direto em sites com rankings, comentários, etc. E, uma vez vendo algo que agrade, entra no site pessoal do artista para ver e saber mais, entrar em contato, etc. Não cometa o erro que eu fiz com toooodo o meu portfólio: coloque seu nome e/ou url em cada jpg que publicar. Vocês não acreditariam se eu contasse em quantos lugares já vi meu trabalho reproduzido sem qualquer tipo de crédito ou link. Uma boa forma de diminuir esse problema é “assinando” as imagens. Dependendo to tipo de trabalho que você desenvolve, as galerias de arte online podem ser uma boa opção também, mas a maioria depende da aprovação de um curador, não são registrar-login-upload.

Quarto passo: se colocou o ovo é hora de cantar!

Saia por aí divulgando o seu trabalho! Comece com blogs de amigos, essas coisas. É bom fazer um test-drive do seu material antes de enviá-lo a possíveis clientes para evitar constrangimento como uma url quebrada ou outra besteira do gênero. Um bom início é enviar o link do portfólio com uma minúscula apresentação (coisa de 2 frases, sério) para agências de publicidade. Na Fenapro (Federação Nacional das Agências de Propaganda) tem listas e mais listas das agências, organizadas por sindicatos estaduais e por cidade. Como você vai fazer o fup depois, comece pela sua cidade, para evitar os horríveis interurbanos. Não se esqueça de fornecer uma forma de contato viável e ativa. Boa sorte!