A primeira vez que assisti o vídeo Draw your future, disponibilizado no canal do TEDx Talks no Youtube, percebi que estava à frente de uma dica preciosa não apenas para a minha trajetória, mas para a de todos que sonham em ter o próprio negócio. Nele, a renomada consultora Patti Dobrowolski mostra uma tática capaz de nos ajudar a realizar as mudanças necessárias para finalmente tirar os planos da gaveta. Ao contrário dos complexos gráficos que permeiam o mundo dos negócios, sua metodologia de trabalho é repleta de ilustrações e desenhos coloridos, assim como o exercício que ela sugere: basta dividir uma folha de papel ao meio e de um lado desenhar o nosso estado atual (como dificuldades no trabalho, o que aspiramos e o quanto de pressão enfrentamos no dia a dia) e no outro onde queremos chegar (como ter um salário melhor, montar um negócio e como seria se conseguíssemos desenvolver esses planos). No centro, descrever três passos ousados que poderiam nos conduzir de uma situação para outra. A ideia é relaxar e deixar o cérebro fazer as conexões necessárias do que poderíamos fazer para criar uma espécie de mapa que nos conduzira a mudanças. “Pergunte a si mesmo: ‘Qual é a coisa mais ousada que eu poderia fazer daqui para lá’”, recomenda a consultora. Longe de parecer um conselho de autoajuda ou algo semelhante a proposta dos livros de colorir para adultos, esse treino com desenhos tem uma explicação neurológica. O cérebro é dividido em duas partes distintas, o lado esquerdo está associado com um modelo de processamento sequencial e analítico, enquanto o lado direito encontra conexões e interpreta imagens e emoções. De acordo com Patti, ao combinar palavras com imagens ativamos os dois lados do cérebro ao mesmo tempo, o que gera uma profunda sensação de conhecimento, fundamental para acessar a clareza necessária para formular estratégias, trabalhar em conjunto e criar mudanças. Grandes empresas já utilizaram esse tipo de técnica para envolver suas equipes em torno de um posicionamento estratégico, como Microsoft, Nike, Intel e até a Fundação Bill & Melinda Gates. Abrir o próprio negócio é uma atividade extenuante, exige disposição e muito trabalho duro. É preciso pensar em como conseguir dinheiro para desenvolver a proposta, criar uma marca, em como se diferenciar dos concorrentes, buscar soluções logísticas para a empresa e ter resiliência para lidar com as intempéries. No entanto, com uma estratégia bem definida com base em pesquisas sobre o mercado, conhecendo o público-alvo e buscando oferecer soluções inovadoras, as chances de dar certo são muito maiores. Olhando desse ponto nem parece tão assustador, basta treinar o cérebro. A solução está bem perto, dentro de cada um de nós.